Em 2 de abril de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo pacote de tarifas de importação que foi o maior desde sua volta à presidência em um movimento apelidado de “Liberation Day”. As novas tarifas, que chegam a 145% sobre produtos chineses e 10% a 30% sobre exportações de países como Brasil, Alemanha, México e Índia, têm efeitos que extrapolam a política internacional e atingem diretamente a sua vida financeira. Diante disso, a China passou a buscar novos mercados e o Brasil se tornou um dos seus principais destinos. Essa maior presença pode pressionar a indústria nacional e gerar desafios para a economia local, mesmo que o consumidor veja, a curto prazo, preços mais baixos em alguns setores.
Mas afinal, o que isso tem a ver com o seu bolso aqui no Brasil?
O impacto direto no Brasil
O Brasil foi atingido com novas tarifas sobre: soja, milho, carne bovina e açúcar (até 25%); aço e alumínio (até 30%); etanol (20%).
Esses setores são pilares da economia brasileira, sustentando milhões de empregos diretos e indiretos. Com as novas barreiras comerciais, o país perde competitividade, reduz exportações e enfrenta menor entrada de dólares — um cenário que pressiona a economia, o mercado de trabalho e as receitas públicas.
Segundo estimativas do BTG Pactual, as tarifas impostas podem provocar perdas de até US$ 10 bilhões na balança comercial brasileira em 2025. A consequência imediata foi a disparada do dólar: de R$ 5,08 para R$ 5,81 em poucas semanas, encarecendo combustíveis, alimentos, eletrônicos e medicamentos.
Com a redução da entrada de dólares, há mais pressão sobre a inflação e o Banco Central poderá ser forçado a subir a Selic, tornando o crédito mais caro.
E nos Estados Unidos?
Apesar das promessas de proteção aos empregos, os impactos nos Estados Unidos também são negativos:
· O índice S&P 500 caiu 2,2% em 16 de abril, acumulando uma queda de 1,5% na semana e de 10,2% no ano.
· O Nasdaq recuou 3,1% no mesmo dia, totalizando uma perda semanal de 2,6% e de 15,7% no acumulado do ano.
Essas quedas refletem as preocupações dos investidores com as políticas comerciais do presidente Trump e seus possíveis efeitos na economia global. Somente para se ter uma ideia,cerca de 61% dos adultos americanos investem na bolsa, segundo pesquisa da empresa de consultoria Gallup (2024). Muitos fazem seu pé-de-meia por meio dos fundos 401(k) ou planos de previdência individuais. E a bolsa vem apresentando resultados bastante ruins desde a implantação do programa governamental de taxação norte-americano, conforme demonstrado.Varejistas como Walmart e Target projetam aumentos de até 8% nos preços ao consumidor devido às tarifas impostas.
💸O que isso significa para suas finanças?
Com a alta do dólar e inflação, o custo de vida inevitavelmente sobe. Juros mais altos tornam o crédito mais caro. Investimentos ficam mais voláteis. Sua vida financeira — do supermercado ao financiamento — sente o impacto dos juros mais elevados, como a Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira.
🤔 Vale a pena investir lá fora nesse cenário?
Diversificação é importante, mas NUNCA deve ser feita por impulso. O momento atual é de alta volatilidade, riscos políticos e comerciais elevados. O dólar está pressionado e, portanto, deve-se avaliar se vale a pena expor seu patrimônio a um cenário imprevisível.
✅ O que você pode fazer agora?
1. Fortaleça sua reserva de emergência;
2. Revise seu orçamento;
3. Evite novas dívidas e empréstimos desnecessários;
4. Não faça mudanças bruscas em seus investimentos exatamente neste momento;
5. Mantenha seu plano financeiro e a disciplina de seus investimentos.
🎯 Por fim, o tarifaço de Trump começa lá, mas termina aqui!
A política comercial americana de 2025 não é só um embate entre gigantes. É um reflexo de um mundo instável, que exige mais do que nunca cuidado, estratégia e muita educação financeira.
Diante disso tudo, a sua família não precisa ser vítima da próxima turbulência. Com planejamento, foco e orientação certa, é possível passar por este momento épico da história com segurança e até encontrar boas oportunidades.
Se você quer apoio profissional para revisar seus objetivos e ajustar sua estratégia ao novo cenário global, converse com um planejador financeiro certificado CFP®.
Não dá para controlar o que Trump decide em Washington.
Mas dá (e deve!) para controlar o que você faz com o seu dinheiro aqui.
Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações. E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br
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