Qual é o tamanho da verdade nas eleições municipais?

No filme Divertidamente, observamos várias personagens que representam sentimentos, como a alegria, tristeza, raiva e outras. No trailer da segunda parte, lançado esses dias, novos personagens nos são apresentados, como a ansiedade. Devido a isso vários memes têm aparecido nas redes sociais ironizando os sentimentos. Então, agora, vou lançar mais um: a “verdade”.

Qual seria o tamanho desse sentimento nos políticos e nos candidatos nesta eleição? Seria pequeno demais, desengonçado, com dificuldades para enxergar, ouvir e falar? Seria algemado e já enfraquecido em desejar a sua vez? Ou cairia no abismo do inconsciente em algumas personalidades?

Faço essa reflexão, um tanto sarcástica, pois, mal as pré-candidaturas foram lançadas e já assistimos difamações, pessoas sendo desqualificadas, necessidades de vencer o adversário da pior maneira. Qual é o compromisso com o programa para a cidade? Qual é a proposta do candidato a prefeito? Quais são as pautas dos candidatos ao cargo de vereador sem parecer que apenas desejam o bom salário que o cidadão lhe paga no final do mês?

Ninguém precisa de candidato que pensa ser o representante de Deus, nem daquele que sente ter a posse da caridade, muito menos um guardião do conservadorismo ou progressismo lacradores sem resultados em infraestrutura, desenvolvimento socioambiental e qualidade de vida na cidade. Não há mais espaço para “colocar a culpa” (ainda mais em Jacareí), muito menos para discursos moralistas que servem para esconder incompetência.

Influenciadores oportunistas, por exemplo, que possuem vários seguidores nas redes sociais, não são, automaticamente, qualificados para um cargo público por saberem monetizar seus canais com assuntos repetidos, superficiais e cheios de certeza. Esse trajeto de postagens e likes não ofereceram conhecimento, experiência e responsabilidade social por publicarem frases de efeito que são fáceis de conseguir no CHAT-GPT.

Portanto, quem está disposto ao embate de ideias, apresentação de propostas, transparência política e resultados para cada ano de seu mandato? Tenho insistido nas últimas colunas do Semanário sobre a necessidade de seriedade nas eleições municipais pois existe uma cidade que desejamos.

Em Jacareí, existem necessidades pontuais a resolver como ruas remendadas, manutenção dos equipamentos públicos, uma cidade com mais espaços públicos, como parques que ofereçam lazer para as crianças, além de problemas mais estruturais como a Saúde – que precisa avançar – e a Educação, pois o município precisa apresentar um programa na educação infantil com mais intencionalidades. Não se trata de diminuir os esforços empreendidos, mas sim acender um alerta daquilo que não parece claro ao munícipe. E, por fim, qual legado haverá na revisão do Plano Diretor?

Qual é o tamanho da verdade nas eleições? Quem sobraria em pé diante dela? Que cada candidato perceba que a maioria do eleitorado em Jacareí, pessoas acima dos 35 anos, já vivenciou muitas administrações municipais na sua experiência diária. Está na hora de pensar com objetivo.

Gustavo Montoia é geógrafo e doutor em Planejamento Urbano e Regional pela UNIVAP. É docente dos Colégios Univap e da EE Francisco Feliciano F. da Silva (Verdinho) e pesquisador-colaborador do Laboratório de Estudos das Cidades da Universidade do Vale do Paraíba. @semanariojornal

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