Planejamento de Férias: Faça de sua viagem algo apenas inesquecível nas lembranças e não na fatura de seu cartão de crédito!

Viajar é uma delícia, não é mesmo? Mas até para isso é necessário um mínimo de planejamento, tanto para aproveitar melhor o tempo como também para valorizar o seu dinheiro sem a necessidade de pagar mais por algo que poderia custar menos e, às vezes, beeeem menos! E planejar as férias faz parte deste contexto e pode até parecer uma tarefa árdua e inglória, mas extremamente importante para que consiga aproveitar ao máximo sua estadia e também os recursos financeiros destinados a este tão aguardado objetivo. Para isso, o primeiro passo é definir com exatidão qual será o destino mais adequado aos interesses de toda a família e, de preferência, que se encaixe no bolso, ou melhor, no Planejamento Financeiro para as férias. Aqui separamos um breve guia para ajudá-lo no desafio de planejar as férias dos seus sonhos:

  1. Definindo o Destino

A primeira etapa no planejamento de férias é escolher um destino. Considere os seguintes fatores ao tomar sua decisão:

  • Interesses Pessoais: Quais atividades você gosta de fazer, praticar ou que deseja, até mesmo, realizar pela primeira vez, como, por exemplo, esquiar, patinar, jogar golfe, surfar, atividades ao ar livre, etc. Se você ama praias, talvez destinos tropicais sejam ideais para você e para os amantes de história. Cidades com rico patrimônio cultural podem ser mais atraentes. Assim, como para aquelas que gostam de experimentar um friozinho, podem dar preferência à lugares mais charmosos e com um clima mais gelado ou até, mesmo, com neve.
  • Clima: Pesquise o clima do destino na época do ano em que você planeja viajar para que possa garantir que leve roupas mais adequadas ao local preterido, economizando espaço nas malas e também custos adicionais de bagagens a serem despachadas. Outra coisa relevante é ficar atento a determinadas temporadas de efeitos climáticos extremos, como furacões ou nevascas, que podem ocorrer em seu destino final. Por exemplo, agosto, setembro, outubro e novembro são oficialmente a temporada de furacões no Caribe devido ao clima mais quente e úmido desta região. A possibilidade de um furacão estragar a sua viagem é remota, porém ela precisa ser considerada e, portanto, cuidado com as promoções que surgem para este período de passagens aéreas e pacotes de viagens que são extremamente atrativos, mas que não lhe avisam sobre este detalhezinho, vamos dizer, “irrelevante”
  • Orçamento: Alguns destinos são mais caros do que outros, principalmente os mais badalados. Dependendo da época do ano, os preços podem até dobrar. Por isso, tente escolher destinos que vão na contramão do efeito manada. Considere o custo de vida local a ser explorado, pesquise e muito os preços de hotéis e, principalmente, das atrações que desejam fazer no destino escolhido e, principalmente, limite o gasto diário para que não se vislumbre demais e comece a perder a mão do orçamento planejado para a viagem. Uma dica seria pensar como se o roteiro de sua viagem fosse como uma lista de compras que você faz para ir ao supermercado. Se ficar dentro dela, além de comprar os itens previamente selecionados, poderá ficar dentro do orçamento estabelecido.
  1. Estabelecendo um Orçamento

Um planejamento financeiro sólido é crucial para evitar surpresas desagradáveis, mas também para que as férias sejam inesquecíveis apenas na lembrança e não nas parcelas intermináveis realizadas no cartão de crédito, portanto, uma forma inteligente de fazer isso é dividir o orçamento em categorias:

  • Transporte: Inclua passagens aéreas, aluguel de carro, transporte público, transporte por aplicativo e táxis.
  • Hospedagem: Pesquise diferentes opções, desde hotéis a aluguéis de temporada e hostels. Uma boa dica é se hospedar perto de transportes públicos, caso sua intenção não seja alugar um carro. O metrô local, por exemplo, pode lhe auxiliar a se deslocar mais rapidamente e mais “baratamente” aos lugares turísticos que deseja conhecer ou se divertir.
  • Alimentação: Considere os custos de refeições diárias, incluindo cafés da manhã (caso seu hotel não possua) e da tarde, além de almoços, jantares e lanches. Fique de olho, pois, assim como é fácil de se perder com estas despesas aqui no Brasil e com a cabeça mais relaxada lá fora, em razão das férias, se torna mais simples também estourar o orçamento com restaurantes e locais mais badalados pelos turistas e que, em muitos casos, nem os moradores locais se atrevem a comer e frequentar estes locais de tão caros que são.
  • Atividades e Passeios: Reserve parte do orçamento para entradas de atrações, tours guiados e outras atividades. Faça uma pesquisa antes para verificar, além dos custos para cada atividade, se é mais barato comprar no local onde as atrações ocorrem buscando descontos ou se é necessário comprar antecipadamente para garantir sua vaga naquele passeio ou atração.
  • Imprevistos: Sempre inclua uma margem para gastos inesperados, pois as emergências não tiram férias e nunca viaje para fora sem um seguro viagem, mesmo que o país de destino não exija este tipo de proteção para sua entrada. Algumas das boas razões para isso são: a responsabilidade que estes países possuem em relação aos turistas que frequentarão seu território e que precisarão de algum tipo de assistência até mesmo, porque seu plano não funcionará lá fora e assistência médica privada em qualquer lugar do mundo é sempre mais elevado. Porém, infelizmente, este é o último item que as pessoas pensam ao planejar uma viagem tão importante e que se espera que tudo saia conforme o planejado, mas e se isso não ocorrer?
  1. Escolha do meio de pagamento

Hoje, com o avanço dos bancos digitais e sistemas de pagamento em todo o mundo, se facilitou e muito para o viajante não precisar andar com dinheiro em espécie como no passado. Para facilitar a vida de quem pretende viajar para fora, há opções dos cartões de débito que são a maneira mais fácil e até mais barata para transportar dinheiro, pagando também menos impostos nestas transações, como no caso do IOF (Imposto sobre operações financeiras) cuja taxa é de 1,1%, ao contrário do crédito internacional, cuja taxa é de 4,38% de IOF, sendo que a conversibilidade do cartão de débito é pelo câmbio comercial e não o turismo. O IOF incide sobre operações de crédito, câmbio, seguro ou operações de títulos e valores mobiliários, sendo que no caso de uma viagem internacional ele é incidido nas compras internacionais com cartão de crédito, seja online ou presencial, ou nas transferências bancárias internacionais quando compramos moeda estrangeira carregando o cartão de débito internacional. É importante lembrar que as operações de crédito ainda incluem juros e encargos da própria instituição financeira, que não possui relação com o tributo cobrado pelo governo. Resumindo tudo isso, abastecendo o cartão de débito para usar lá fora significa que para cada R$1.000 gastos, você paga 11 reais de IOF e numa operação com cartão de crédito, ambos internacionais, pagará 43,80 reais, uma diferença de quase 300%. Então fica a dica e escolha a opção que faz mais sentido para o seu bolso, em linha com o que comentamos inicialmente de NÃO pagar mais por aquilo que poderia custar MENOS.

Haveria dezenas de outras dicas para citar, mas fico por aqui e lembre-se de que sempre poderá contar com o auxílio de um Planejador Financeiro com a certificação CFP® para o planejamento financeiro de sua viagem. Planeje seu destino, faça as devidas contas e desejo Boas férias e uma Excelente viagem!

Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações.  E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br

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