A Qualquer Custo, de David Mackenzie, se passa no Texas, interior dos Estados Unidos. Os irmãos Toby (Chris Pine) e Tanner Howard (Ben Foster), roubam uma série de pequenos bancos, responsáveis pela hipoteca da casa de sua recém-falecida mãe, para, com esse dinheiro, pagar as dívidas da família com os próprios bancos e construir um patrimônio sólido, mas são perseguidos por dois policiais determinados. A crise econômica deixa de ser, portanto, mero pano de fundo ou meio de exibicionismo do diretor, para se tornar parte, de fato, da narrativa.

Mas é mesmo como um poderoso drama familiar sobre amor aos seus em meio à absoluta desesperança que A Qualquer Custo fica na memória. Tem o carinho bruto que não só Toby e Tanner, mas também Marcus (Bridges) e Alberto (Birmingham), nutrem entre si que dá força emocional ao filme, tornando duros e dramáticos os momentos em que ocorrem inevitáveis perdas para os dois irmãos. E é a dedicação filial a uma mãe já ausente, à memória dessa mãe, por quem um dos irmãos Howard matou o próprio pai, que faz as ações dos protagonistas plenamente compreensíveis, mesmo quando carregadas de violência.

Enquanto “bandidos” e “mocinhos” se lançam em uma perseguição empolgante, A Qualquer Custo revela um país desolado, habitado pela tristeza.