Lula, Bolsonaro ou Tarcísio contribuem para definir eleições em Jacareí?

Nessa corrida eleitoral em Jacareí, estamos assistindo uma disputa pelos figurões de nossa república, principalmente entre candidatos da Direita. Em muitas publicações nas redes sociais, como o Instagram, vemos Celso Florêncio (PL) e Rodrigo Salomon (PSD) disputando o apoio de Jair Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas. No caso do candidato do PSD, existe também a presença garantida do Vice-Governador Felício Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos.

Dentro dessa disputa ainda assistimos a batalha sobre quem é mais de Direita, quem mais representa lealdade ao Jair Bolsonaro, que “bate continência” com mais firmeza e voz grossa”. Essa disputa, percebida em Debates como o que ocorreu na TV Band Vale ocupou espaço das propostas criando muito mais entretenimento do que embate de ideias para o município de Jacareí.

Em nossas eleições presidenciais, ocorrida em 2022, Jair Bolsonaro saiu à frente em muitas cidades do Vale do Paraíba, bem como Jacareí, mas será mesmo que existe peso político em afirmar com tanta veemência de que “lado” o candidato a prefeito está? É realmente necessário o desgaste em cima de figurões como o presidente Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro ou o governador e seu vice do estado de São Paulo?

Em uma pesquisa realizada no final do mês de agosto em várias capitais, a Quest identificou que em muitas delas os eleitores preferem candidatos independentes, como a constatada na cidade de São Paulo: 49% dos entrevistados preferem um candidato independente de aliado político, contra 32% que preferem um aliado de Lula e 17% um aliado de Bolsonaro.

Será que essa pesquisa teria o mesmo resultado em Jacareí? A esse respeito, eu me apego a descaracterização partidária que existe no âmbito municipal, isto é, no local, muitas vezes, toda aquela disputa ideológica que assistimos em eleições presidenciais se perdem, é só perceber que, em 85 cidades o PT e o PL realizaram coligação!

Até mesmo em Jacareí, se realizarmos uma avaliação das ações dos vereadores, como os projetos de Lei que defenderam ou suas ações, isso não corresponde aos que os deputados federais, do mesmo partido, o fazem. Na esfera local, o que ganha é a realidade!

Portanto, precisamos deixar claro que um prefeito precisa se dispor ao diálogo, obter acesso aos entes federativos, e não incitar esse “jogo de futebol” que apenas prejudica sua atuação. Para o candidato que for eleito no próximo dia 6 de outubro, a foto ao lado de Lula ou do Bolsonaro não garantirá a sua boa administração, e discursos moralistas das quais não são da competência de um prefeito ou de um vereador, não garantirão resultados na política do território local. O pragmatismo é que vence o jogo.

Gustavo Montoia é geógrafo e doutor em Planejamento Urbano e Regional pela UNIVAP. É docente dos Colégios Univap e da EE Francisco Feliciano F. da Silva (Verdinho) e pesquisador-colaborador do Laboratório de Estudos das Cidades da Universidade do Vale do Paraíba. @semanariojornal

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