Quem vai cuidar de você quando envelhecer?
Com mais de 58 milhões de pessoas com idade superior a 50 anos no Brasil, representando 27% da população brasileira, e que somado a diminuição da taxa de fecundidade, com uma previsão do IBGE para este ano de menos de 1,5 filhos por casal, acende-se, com isso, o sinal vermelho de alerta da necessidade de criar não somente políticas públicas para um país que está ficando cada vez mais velho muito antes de ficar rico, como ocorreu com os países desenvolvidos, mas também da extrema urgência do brasileiro em assumir a responsabilidade financeira pessoal de sua aposentadoria, principalmente para quem ainda está na ativa. Portanto, assim como a crise climática passou do nível de atenção para o de emergência, onde alguns cientistas já mencionam que passamos do ponto de fazer algo pelo meio ambiente, a vida financeira dos brasileiros requer também ações urgentíssimas para garantirmos uma aposentadoria que seja, ao menos suficiente, para manter um nível mínimo de condições básicas para esta nova etapa da vida que requererá além das despesas fixas com moradia e alimentação, serão necessários também, maiores gastos com planos de saúde e despesas com remédios que passarão a consumir uma boa parcela do orçamento destas famílias somado aos gastos com lazer, por exemplo.
Nesta semana, a China se prontificou a aumentar gradativamente a idade de aposentadoria de seus cidadãos, que passará de 50 para 55 anos para as mulheres, para aquelas que executam trabalhos manuais ou braçais, e de 55 para 58 anos para serviços administrativos ou intelectuais. No caso dos homens, a idade foi de 60 para 63 anos para a aposentadoria e, assim como no Brasil, o governo chinês enfrenta uma mudança significativa na sua demografia com o envelhecimento acelerado de sua população com mais de 1 bilhão e 425 milhões de habitantes, fazendo com que os desafios em manter o sistema público previdenciário que, já foi bastante generoso com seus cidadãos em relação a possuir uma das menores idades de aposentadoria do mundo, teve que, pela primeira vez, desde 1950, realizar uma revisão no seu sistema previdenciário.
Já no Japão, que enfrenta o mesmo problema, no último dia 16, o país atingiu o recorde de 36,5 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, segundo dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do país. O país do sol nascente, que é uma das referências de longevidade em todo o mundo, possui também uma das cidades com a população mais longeva, que é Okinawa, considerada como uma Zona Azul (as tais Blue Zones), onde nestes lugares as pessoas chegam a viver 100 anos ou mais. Dados deste relatório demonstram que aproximadamente 20,53 milhões dos idosos são mulheres e 15,72 milhões são homens. Somente à faixa etária de 75 anos ou mais somaram-se a este grupo cerca de 710 mil pessoas, totalizando 20,76 milhões de idosos. Já aquelas pessoas com 80 anos ou mais engrossaram esta fatia em 310 mil japoneses que estão próximos dos 12,9 milhões de pessoas que compõem esta fatia da população no Japão.
Diante destes desafios enfrentados pelos países asiáticos, mas também pelo mundo, em especial o Brasil, que se quer está preparado para questões de acessibilidade, de criação de mão de obra para os 60+, de número insuficiente de gerontólogos para atender esta população, além de como mencionamos no início deste artigo da falta de políticas públicas voltadas aos idosos, surge no horizonte uma excelente oportunidade agora, no fim de setembro, que independente da idade em que esteja, de debatermos a respeito do tema longevidade no maior congresso sobre este assunto no Brasil que é o Fórum São Paulo da Longevidade. Neste evento gratuito, que nada mais é que um encontro anual de líderes, especialistas e interessados que buscam discutir desafios e oportunidades em torno do fenômeno do envelhecimento populacional, contará com palestras, painéis e workshops que abordarão temas como saúde, bem-estar, tecnologia, inclusão social e políticas públicas, visando promover uma visão positiva e ativa do processo de envelhecimento. Para se inscrever gratuitamente e assistir ao evento tanto presencialmente como de forma digital, basta acessar este link:
Eu faço questão de estar presente de forma presencial ao evento, pois tenho a plena consciência da importância do tema e por saber que um dia eu também serei um 50+ e quero ouvir de quem já chegou lá, mas, principalmente, de quem é especialista no assunto, como o Dr. Alexandre Kalache, @alexandre.kalache, que é médico epidemiologista especializado no estudo do envelhecimento e presidente do Centro Internacional de Longevidade (ICL), e autor da pergunta do início deste artigo: Quem vai cuidar de você quando envelhecer?
Por essa razão, reforço mais uma vez o convite para participarem deste fórum gratuito que ocorrerá nos dias 29 de setembro a 1 de outubro. E se precisar de planejamento financeiro para uma aposentadoria mais digna e tranquila, não deixe de consultar sempre um planejador financeiro com a certificação CFP®!
Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações. E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br
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