Jornada Interior: O poder dos princípios sistêmicos em nossas vidas!

Ana Luiza Marangon

• Os 3 princípios, forças, leis ou ordens do amor sistematizados pelo alemão Bert Hellinger, são: Pertencimento, Hierarquia e Equilíbrio entre o dar e o receber. Bert Hellinger foi o responsável por difundir e tornar a Constelação Familiar conhecida como uma terapia breve de ampla resolutividade. Foi indicado ao prêmio Nobel da paz, viveu mais de 90 anos e escreveu mais de 100 livros, deixando um incrível legado. Vou me aprofundar mais sobre a história de vida de Bert Hellinger em um outro momento. Hoje vou enfatizar os 3 princípios observados por ele, que regem nossas vidas de forma surpreendente, consciente ou inconscientemente. Portanto não depende de acreditarmos ou conhecermos essas leis. Elas simplesmente estão aí e influenciam o nosso sistema familiar, e consequentemente nossas vidas e nossas relações. Foi o que Bert observou em seus trabalhos com a Constelação Familiar ao redor do mundo.

O primeiro princípio é o pertencimento. Uma das nossas principais necessidades é a de pertencer, seja a uma família ou a um determinado grupo. Esse princípio não admite exclusões. Todos têm o direito de pertencer a um sistema familiar. E qualquer exclusão que seja feita, vai precisar ser compensada. O próprio sistema familiar dá um jeito de fazer essa compensação. Exemplos de exclusões são: Abortos (espontâneos ou provocados), assassinatos, filhos não reconhecidos, etc.

• Para entender um pouco melhor essas compensações Bert trouxe os conceitos da consciência pessoal e da consciência do clã. A primeira é capaz de excluir, mas a segunda não. A consciência familiar preza pela união do sistema onde todos pertencem. As pessoas sentem essas compensações na própria vida quando percebem, através de uma Constelação familiar, que estão identificadas com um membro que sofreu alguma exclusão. Essa identificação pode ser vista de várias formas. Uma delas é repetindo um padrão familiar, se acidentando várias vezes por exemplo, ou casos de alcoolismo que se repetem na família, ou ainda, no caso das mulheres, tendo vários abortos espontâneos porque nas gerações anteriores do seu sistema familiar, crianças foram abandonadas ou dadas em adoção.

O segundo princípio é a Hierarquia. Existe um lugar de ordem para todos os integrantes de um sistema familiar. Os pais precisam ser pais, os filhos precisam estar no lugar de filhos e os irmãos em sua devida ordem como irmãos mais velhos, irmãos do meio e irmãos mais novos. Uma simples desordem nessa hierarquia pode causar muitos emaranhamentos. Quando pais querem ser filhos e os filhos pais, o sistema perde sua força. Na Constelação dizemos que os pais são os grandes e os filhos são os pequenos. A hierarquia também está presente nas organizações. Muitas empresas não prosperam devido às desordens hierárquicas.

O terceiro e último princípio diz respeito ao equilíbrio entre o dar e o receber nas relações. A única relação que não existe essa troca é entre pais e filhos, pois se os pais deram a vida aos filhos, isso é muito grande para os filhos retribuírem. A única forma de chegarem perto dessa retribuição seria prosperando na vida e nas relações porque assim os pais podem se sentir aliviados.

Já entre casais é imprescindível que a lei do equilíbrio de troca prevaleça para que uma relação possa prosperar.

De forma resumida, esses foram os três princípios sistematizados por Bert Hellinger que fundamentam o trabalho das Constelações Familiares. Em síntese, os sistemas sempre esperam ordem, inclusão e equilíbrio.

Ana Luiza Marangon é Terapeuta Sistêmica e Integrativa, especialista em Constelação Familiar, formada em Economia Doméstica pela Universidade de Viçosa-MG. Ela também aborda temas direcionados à consciência sistêmica e pessoal. @ana.luiza.marangon.

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