Infidelidade financeira – Quando o dinheiro sai pela porta e o amor pula pela janela?

Nesta semana do Dia dos Namorados saiu uma pesquisa bem interessante da Serasa que investigou a relação dos casais e o relacionamento “a dois” com o seu dinheiro e que ocorreu no período de 30 de maio a 5 de junho onde foram ouvidos 1.456 consumidores que compõem a sua base de dados.

A pesquisa é curiosa pois, segundo o levantamento realizado, 60% dos casais brasileiros relatam ter o hábito de fazer planejamento financeiro, porém, como especialista no assunto já posso adiantar que este tema é muito mais abrangente do que cuidar apenas do orçamento doméstico que é o que muitos destes casais devem ter pensando ao responder a pesquisa. Com citei o planejamento financeiro é bastante amplo porque além de abranger o mesmo ele está interrelacionado com outras áreas bastante sensíveis de nossa vida financeira que são o gerenciamento de risco e de investimentos, o planejamento fiscal, o planejamento sucessório e, por último, um dos mais importantes no dia de hoje e que deveria ser o “sonho de consumo” de qualquer brasileiro que é o planejamento de aposentadoria.

Falar de dinheiro quase nunca é romântico e nem tão pouco sedutor, mas este “papo de grana” não deveria ser somente conversado em situações de desemprego, morte, nascimento de um filho, divórcio ou quando se descobre a falta dele, em razão de gastos acima da capacidade financeira da família, que podem ser ocasionados por despesas que ultrapassam os limites do cheque especial e do cartão de crédito, por dívidas contraídas sem o consentimento do parceiro ou até mesmo pela compulsão por jogos de azar por um dos pares.

Dividir as contas que, até um tempo atrás era visto como um sinal de mesquinhez, é realidade para 40% dos entrevistados que preferem dividir as despesas igualmente com seus parceiros e somente 5% não ajudam nas finanças do casal. O segundo maior motivo de divórcios no Brasil são os problemas de ordem financeira correspondendo a 27% das separações ficando atrás apenas das dificuldades de comunicação com 41%. Somado a isso, 19% dos que responderam a pesquisa alegam que já foram negativados por causa do seu parceiro.

Isso vai de encontro com um outro importante estudo que foi realizado com 4.500 casais durante anos pela Universidade do Kansas, nos EUA, e divulgado pelo jornal britânico Daily Mail onde demostrou que casais que brigam por causa de dinheiro têm maior tendência a se divorciarem.

Fonte: Serasa

Quando falamos de Infidelidade Financeira pequenas “omissões” podem se tornar tempestades num copo de água como não dizer realmente quanto se ganha, fazer dívidas ou até aplicações financeiras sem consentimento do parceiro comprometendo a confiança do casal. Além disso, poderíamos inserir aquelas comprinhas de roupas, calçados e acessórios que geram sacolas escondidas no fundo do armário ou até coisas mais graves como a aquisição de bens em nome de familiares assim como a transferências de cotas da empresa para terceiros ou o ocultamento de investimentos utilizando instrumentos como a previdência privada, por meio de um plano VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) ou de um PGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) que, em tese, não são partilhados.

Por fim, de acordo com o levantamento 52% dos brasileiros acreditam que a situação financeira tem impacto na vida amorosa dos casais ainda mais num momento econômico pós pandêmico onde quase 80% das famílias estão endividadas sendo que 11% não terão condições de pagar suas contas segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC) em sua pesquisa de endividamento das famílias de maio. Falar sobre o dinheiro, à primeira vista, parece desgastar a relação, mas quantas vezes já se parou para falar a respeito antes mesmo de começar as brigas? Portanto, é melhor conversar e definir prioridades, quais são seus Objetivos e Projetos de Vida, sonhos, desejos comuns e individuais e que estilo de vida podem levar alinhado as suas expectativas. Tudo isso, deve ser conversado antes para evitar que haja discussões pela falta de recursos pois, conforme o ditado: quando o dinheiro sai pela porta o amor pode pular pela janela!

Se você quer saber mais sobre este ou outros assuntos que possam contribuir com o relacionamento financeiro dos casais procure um Planejador Financeiro com a certificação CFP®.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações.
E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br

MAIs LIDAS