Como Daniel Kahnman e sua teoria foram fundamentais para as nossas Finanças Pessoais

No último dia 27 de Março o mundo das finanças comportamentais perdeu Daniel Kahneman de 90 anos. Uma das mentes mais brilhantes da área da Economia Comportamental, considerado o pai desta matéria, além de ganhador do premio Nobel em Ciências Econômicas em 2002, que juntamente com seu colega Amos Tversky, um psicólogo cognitivo da Universidade de Stanford realizaram um trabalho inovador integrando fatores da psicológia à ciência econômica, especialmente em relação à tomada de decisões em cenários de incerteza.

No último dia 27 de Março o mundo das finanças comportamentais perdeu Daniel Kahneman de 90 anos. Uma das mentes mais brilhantes da área da Economia Comportamental, considerado o pai desta matéria, além de ganhador do premio Nobel em Ciências Econômicas em 2002, que juntamente com seu colega Amos Tversky, um psicólogo cognitivo da Universidade de Stanford realizaram um trabalho inovador integrando fatores da psicológia à ciência econômica, especialmente em relação à tomada de decisões em cenários de incerteza.

Ex-presidente dos EUA, Barack Obama, entrega a Medalha Presidencial da Liberdade a Daniel Kahneman durante uma cerimônia na Casa Branca em novembro de 2013. — Foto: Mandel NGAN/AFP

Umas das curiosidades de Kahneman é que ele não era economista e sim formado em psicologia e mesmo assim recebeu a maior honraria por suas valorosas pesquisas demonstrando que nós seres humanos com relação ao dinheiro nós somos muito mais serem emocionais do que racionais. O psicólogo, nascido em Tel Aviv, em Israel foi por muito tempo associado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos e em seu trabalho questionou o fato de a racionalidade ser condutora das tomadas de decisões que para a época contrariava as teorias econômicas tradicionais que assumiam que os seres humanos geralmente agiam de de maneira totalmente racional. Ele tratou, entre outros pontos, da lógica por trás de comportamentos: seja nas decisões para economizar dinheiro ou até nas escolhas sobre vender ou não ações no mercado financeiro.

Kahneman, que também foi autor do livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, popularizou, portanto, um modelo de tomada de decisões em que situações de escassez levam a julgamentos apressados e como consequência disso, eventualmente, a más decisões.

Os trabalhos de Kahneman, realizados em grande parte na década de 1970, revolucionaram o mundo da economia comportamental e das finanças pessoais principalmente através de sua pesquisa sobre o funcionamento da mente humana em relação às decisões econômicas desafiando a visão tradicional da economia clássica, que assumia que os agentes econômicos são racionais e que estão sempre de posse de todas as informações possíveis para a tomada de decisões mais assertivas, porém, por meio de seus estudos com Amos Tversky, demonstrou claramente que havia um grande hiato entre a expectativa e a realidade ao se escolher uma ação, um plano de previdência privada ou até mesmo se vale a pena fazer uma reserva de emergência para sitações adversas ou simplesmente poupar para a aposentadoria.

Um dos principais conceitos introduzidos por Kahneman é o de “sistema 1” e “sistema 2” do pensamento. O sistema 1 é rápido, intuitivo, emocional e automático, enquanto o sistema 2 é lento, deliberativo, lógico e controlado. Kahneman demostrou também que muitas vezes as pessoas confiam excessivamente no sistema 1 ao tomar decisões financeiras, levando a erros sistemáticos.

Outro conceito importante que ele introduziu é o viés cognitivo, que são desvios sistemáticos de raciocínio que influenciam as decisões das pessoas. Por exemplo, o viés de aversão à perda faz com que as pessoas valorizem as perdas mais do que os ganhos de forma desproporcional, o que pode levar a decisões financeiras equivocadas, como a manutenção de investimentos ruins por medo de realizar prejuízos.

Essas descobertas têm implicações significativas para as finanças pessoais, pois destacam a importância de reconhecer e mitigar os viéses cognitivos ao tomar decisões financeiras. Isso levou ao desenvolvimento de estratégias e ferramentas para auxiliar as pessoas a tomar decisões financeiras mais informadas, como a automação de investimentos, o uso de estratégias de diversificação e a educação financeira.

Em resumo, a teoria de Daniel Kahneman revolucionou o mundo da economia comportamental e das finanças pessoais ao desafiar a visão tradicional da economia clássica e ao destacar a importância dos processos cognitivos e emocionais na tomada de decisões financeiras. Suas descobertas têm colaborado com milhões de pessoas em todo o mundo a entender melhor seus próprios comportamentos financeiros e a adotar estratégias mais eficazes para alcançar seus objetivos financeiros.

Por fim, no dia 24 de Abril estaremos dissecando uma das teorias de Kahneman no 2°Encontro MSV (Mudando Sua Vida) a convite do treinador comportamental, Rafael Cunha @rafaelcunha, no Restaurante Tempero Caseiro às 19h para falar um pouco mais, ao vivo, sobre a importância da Educação Financeira e como ela pode nos auxiliar a tomar boas decisões financeiras e o que fazer com o nosso rico e suado dinheiro num momento bastante desafiador tanto da economia brasileira como num mundo em constante conflito geopólitico. Maiores informações estão no https://rafaelcunhaperformance.kpages.online/eventomsv

Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações.  E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br

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