Um sino, um sinal. Cuidado com a pobreza de espírito.

Uma das cartas mais desafiadoras do Tarot é também uma das mais claras com relação a condição da vida humana.

E esta é a carta de energia da semana.

Terrena, vulnerável e com necessidades urgentes em muitas circunstâncias.

O Cinco de Ouros soa como uma provocação. Provocação a Igreja, aos mandamentos, a matéria, a fome, a doença. Não há como não fazer, por exemplo, a conexão com a tríade da mulher, do homem (ou mãe e filho) e a fé, o espírito, o céu acima de nós, representado nos vitrais com os pentáculos.

Na nossa experiência de fé, muitas vezes, achamos que sabemos o suficiente, que “evoluímos” o suficiente. Mas vale lembrar que cada experiência com sua própria fé é ÚNICA. Cada uma toca seu próprio mistério.

O respeito pela forma de viver, se comunicar, se expressar, falar, amar e fazer escolhas, diz muito sobre você mesma.

Este arcano nos lembra que tudo aqui nos atinge, no corpo, na mente, nas emoções e na nossa experiência como humanidade, por mais belo que seja a jornada da espiritualidade.

Na carta, o rapaz carrega um sino no pescoço e caminha com muletas.

Na idade média, narrativas religiosas associavam as marcas dos chamados leprosos, aos desvios da alma. Os doentes não podiam entrar em igrejas (lugar que carregaria a marca e simbologia da misericórdia) e tinham que carregar sinos que anunciassem sua presença.

Este sinal nos chama a observação do ponto crítico da carta: A realidade precisa ser vivida com honestidade, atenção e presença.

Muitas vezes, o desafiador Cinco de Ouros nos atinge para nos ensinar. Olharmos a nós mesmas, o mundo, o outro.

É hora de observar a vulnerabilidade e viver a riqueza de espírito de verdade. Com força e superação, mas principalmente com respeito e amor…

Rita de Cássia Camazano é taróloga há 38 anos, professora e pesquisadora esotérica, mestre em Tarô, professora de anjos e especialista em Runas. Instagram: @ritacamazano62