A Importância da Educação Financeira no Fim de Ano: Benefícios para Colaboradores e Empresas

À medida que nos aproximamos do final do ano os recebimentos extras começam a surgir na conta dos funcionários sejam por meio das parcelas do 13º terceiro, férias ou participação nos lucros. Com isso, torna-se cada vez mais essencial que a Educação Financeira seja uma ferramenta crucial para o bem-estar dos colaboradores e até mesmo para o sucesso das empresas. A gestão eficaz das finanças pessoais não apenas impacta o bem-estar individual, mas também desempenha um papel importante na produtividade, satisfação no emprego e na redução de fatores relacionados com o presenteísmo, absenteísmo, rotatividade e acidentes de trabalho. A compreensão sobre conceitos financeiros por parte dos colaboradores é fundamental para que possam realizar mais com aquilo que recebem pois, de nada adianta um funcionário receber um aumento salarial e elevar seu padrão de vida ao mesmo patamar. Isso porque, mais cedo ou mais tarde, o estrago nas finanças pessoais será inevitável já que todo o orçamento está destinado apenas para o consumo, sem qualquer espaço para investimentos ou, se quer, para a construção de uma reserva de emergência que, pelo próprio nome, demonstra o tamanho da sua importância contra eventualidades. Eventualidades estas que todos nós podemos enfrentar como, por exemplo, um filho ou pais que fiquem doentes e necessitem de cuidados adicionais, um carro que precisa de manutenção, uma viagem inesperada para prestar as últimas homenagens a um parente que faleceu em outra cidade ou estado, um eletrodoméstico importante que venha a ser danificado ou um vazamento indesejado etc., etc. Tudo isso parece ser exagero, mas assim como um seguro de vida ou seguro de um automóvel faz uma baita diferença na vida de uma pessoa ou de uma família quando se necessita de recursos prontamente, possuir um colchão financeiro pode livrá-lo de uma série de enrascadas como a de não cair nas garras das instituições financeiras que podem cobrar pelo dinheiro emprestado taxas bastante abusivas como as do cheque especial que em média custam 8% de juros ao mês ou no rotativo do cartão de crédito que possui um juro médio de 15% mensal. Isso, sem falar, quando uma pessoa recorre a um agiota que pode cobrar 20% de juros ao mês do devedor que na ânsia de tentar resolver seu problema financeiro pode arrumar uma grande dor de cabeça acompanhada de uma pressão psicológica desnecessária quando ela não consegue honrar o compromisso com o credor.

Quando falamos de administrar os recursos financeiros de uma família gosto muito da “Teoria do gás” de um colega do mercado financeiro, Marcelo Guterman, que possui a certificação CFA (Chartered Financial Analyst), onde em seu livro:  Finanças do lar, Um guia de sobrevivência e prosperidade para as famílias, ele demonstra que “as suas despesas sempre ocuparão todo o espaço do seu orçamento, independente do tamanho do tanque que o armazena”. Isto significa que sempre acharemos espaço para gastar o nosso dinheiro e por esta razão é tão importante o colaborador ter em mente que se ele não separar, assim que recebe seu salário, seja  por meio de um débito automático para uma conta investimento ou por meio de uma previdência complementar oferecida pela empresa onde trabalha, mais difícil será destinar recursos para ocorrências no presente ou até mesmo para o seu futuro financeiro.

Em cima disso preparei algumas boas razões para que os empresários, CEOs, gestores de Recursos Humanos invistam neste tema para seus colaboradores, destacando como isso pode reduzir o presenteísmo, o absenteísmo, a rotatividade e até mesmo os acidentes de trabalho.

1. Redução do Presenteísmo:
O presenteísmo, caracterizado pela presença física do colaborador no trabalho, mas com baixa produtividade devido a questões pessoais, é uma preocupação frequente nas organizações. A educação financeira capacita os colaboradores a lidar melhor com os desafios financeiros, reduzindo o estresse relacionado ao dinheiro. Colaboradores financeiramente educados são mais propensos a se concentrar nas tarefas, aumentando a eficiência e reduzindo o presenteísmo.

2. Diminuição do Absenteísmo:
Problemas financeiros muitas vezes levam os colaboradores a faltar ao trabalho para resolver questões pessoais. A educação financeira fornece aos colaboradores habilidades importantes para gerenciar suas finanças de forma a evitar situações de crise em seu orçamento doméstico. Isso resulta em uma redução significativa do absenteísmo, contribuindo para a consistência e assiduidade no ambiente de trabalho.

3. Rotatividade de colaboradores:
O turnover de funcionários, ou rotatividade de pessoal, é um desafio enfrentado por muitas empresas e em muitos casos tem a ver com questões financeiras oriunda do endividamento elevado dos seus colaboradores. Colaboradores que se sentem financeiramente pressionados podem pedir demissão para tentarem “solucionar” seus problemas financeiros por meio do resgate do FGTS e da multa rescisória, porém resolvem uma questão momentânea de endividamento e consequentemente arrumam outro desafio por não estarem mais à frente de uma atividade laboral que lhes proporcionava uma renda recorrente, ou seja, isto definitivamente não é a melhor solução!

4. Produtividade e Bem-estar:
A educação financeira não se trata apenas de evitar problemas de endividamento, mas também de promover o desenvolvimento pessoal e o bem-estar. Colaboradores que compreendem conceitos financeiros fundamentais, como orçamento, fluxo de caixa, gestão de riscos, investimentos e planejamento para o futuro, estão mais interessados ​​em alcançar metas pessoais e profissionais. Isso se traduz em uma força de trabalho mais motivada, eficiente e satisfeita.

5. Prevenção de Acidentes de Trabalho:
A relação entre estabilidade financeira e segurança no local de trabalho é muitas vezes subestimada. Colaboradores preocupados com dívidas e despesas financeiras podem estar sujeitos a distrações, o que aumenta o risco de acidentes. A educação financeira não só capacita os funcionários para gerenciar melhor suas finanças, mas também promove um ambiente de trabalho mais seguro, com profissionais mais atentos e focados.

Em resumo, a educação financeira surge como um fator crucial para o bem-estar dos colaboradores e o sucesso das empresas, especialmente neste fim de ano de 2023. Ao investir na educação financeira dos colaboradores, as empresas não apenas promovem a estabilidade financeira individual, mas também experimentaram uma série de benefícios, incluindo redução do presenteísmo, absenteísmo, rotatividade e acidentes de trabalho. Este é o momento ideal para que as empresas considerem a importância da educação financeira e implementem programas que capacitem seus colaboradores para tomar decisões financeiras mais assertivas evitando as compras por impulso, resultando em um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável.

Lembre-se que para isso você pode contar com o auxílio profissional de um Planejador Financeiro com a certificação CFP® que pode auxiliar seus colaboradores a enfrentarem os desafios de uma vida financeira mais equilibrada e por que não MAIS PLANEJADA FINANCEIRAMENTE!

Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações.
E-mail: atendimento@economiacomportamental.com.br

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