Somos feitos de partes e uma delas é a nossa criança interna. Criança esta que pode nos dar muito trabalho ou nos impulsionar para o mais. A nossa criança ferida se faz presente em nós adultos e pode estar cheia de crenças adquiridas e herdadas ou até mesmo traumas. No processo de autoconhecimento temos a oportunidade de olhar para essa criança.
Nossa infância é permeada basicamente pelo nosso contato e convivência com nossos pais ou cuidadores. A primeira infância é tão importante quanto aquilo que nos acontece ou acontece com nossa mãe quando a mesma está nos gerando. Aliás, até o que está acontecendo na vida dos nossos pais na pré-concepção, ou seja, no período que antecede a concepção, pode influenciar de alguma forma a nossa vida. O fato é que nos moldamos de acordo com o ambiente em que estamos inseridos, seja este ambiente o útero da nossa mãe ou nossa casa!
As feridas da rejeição, abandono, humilhação, traição ou manipulação fazem parte dos relatos de muitas pessoas. Em maior ou menor grau nossa criança pode ter vivido pelo menos uma delas, ou nossa criança interpreta algo às vezes, até sob uma ótica distorcida e cria uma crença negativa com base em algum acontecimento do passado que pode carregar pro resto da vida se a pessoa não tiver interesse em se cuidar em um processo terapêutico.
Na Constelação Familiar falamos muito sobre o amor interrompido. Este amor da criança pelos pais pode ser cortado em qualquer situação, seja no nascimento de um irmão, uma viagem que os pais façam, ou uma doença em que a mãe tenha a necessidade de ficar hospitalizada por um tempo. É como se a criança perdesse a confiança na mãe, pai ou ambos e não conseguisse ir mais em direção a eles nem mesmo para abraçar. Numa viagem por exemplo isso é percebido quando os pais reencontram a criança na volta e ela fica com raiva, ou se esconde olhando desconfiada e não corre para dar o tão esperado abraço. Cada criança interpretará de uma forma: rejeição, abandono, traição, enfim. Esse sentimento do amor interrompido pode perdurar por muitos anos e permanecer inclusive na idade adulta.
Outra questão importante é a referência de pai, mãe ou casal com quem a criança convive. Perguntas chaves em um processo terapêutico como as seguintes são imprescindíveis:
Quem fez a função mãe? (Função mãe diz respeito a nutrir, acolher, receber)
Quem fez a função pai? (Função pai diz respeito a levar para o mundo, encorajar, agir)
Você teve um modelo saudável de casal para seguir?
Perguntas como essas e muitas outras são como uma bússola que pode te guiar para expandir a consciência e te fazer perceber se você nasceu e cresceu em um lar funcional ou disfuncional. E a partir daí avaliar também se você repete alguns padrões comportamentais ou transgeracionais que possam te fazer repensar sobre a importância do autoconhecimento em sua vida. Lembrem-se de que quando mudamos todo o nosso entorno muda também. O autoconhecimento é um caminho de liberdade, paz e satisfação interna!
Ana Luiza Marangon é Terapeuta Sistêmica e Integrativa, especialista em Constelação Familiar, formada em Economia Doméstica pela Universidade de Viçosa-MG. @ana luiza.marangon / tel:12.99747.1536
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