Para ascender ao patamar de economia de renda alta, o Brasil precisa aumentar o nível de investimentos para 24% do PIB, ante os 17% atuais. O problema é que temos o péssimo costume de jogar contra nós mesmos. Mantemos uma das maiores taxas de juros reais do planeta, cobramos altos impostos, convivemos com insegurança jurídica, entraves regulatórios e custos logísticos e encargos trabalhistas exagerados.
Quando surgem boas políticas públicas, logo vem o famigerado fogo amigo. Foi o que vimos no final de maio: o aumento da alíquota do IOF sobre operações de crédito para empresas, de 0,38% para 0,95%, que agora está sendo revisto pelo governo, e a majoração da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), por meio da Medida Provisória 1.300/25, que prevê gratuidade ou descontos na conta de luz para até 60 milhões de consumidores. A iniciativa é louvável no aspecto social, mas sua compensação jamais poderia ter sido repassada à indústria.
Transferir recursos da economia real para cobrir o déficit fiscal e encarecer os custos da produção é incoerente, quando o governo mantém programas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e a Depreciação Acelerada, que buscam modernizar o setor. Por isso, precisamos da reforma administrativa, para termos um Estado menos oneroso e mais produtivo.
É hora de conter o fogo amigo. Precisamos reduzir o “Custo Brasil”, parar de relativizá-lo como marca registrada de nossa identidade nacional e desonerar as empresas, para fortalecer os investimentos. Nenhuma nação progride na proporção de todo o seu potencial quando insiste em sabotar seu próprio futuro.
Rafael Cervone é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
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