Esperamos mais das nossas cidades

Este ano começa a corrida para o paço municipal. Qual é a avaliação que realizamos sobre a cidade que moramos? Emprego e renda são parte de um pacote indispensável às nossas vidas, contudo bem-estar social coletivo é importante tanto quanto.

Habitar em uma cidade com infraestrutura adequada não é descartável na nossa rotina. Dos aspectos mais simples aos mais complexos devem ser pensados. É como cuidar da zeladoria urbana: limpeza das ruas, coleta de lixo, pintura do meio-fio e das sinalizações nas ruas, praças e parques municipais sob manutenção não deixam de ser importantes. O cuidado com a paisagem da cidade não é perfumaria quando vem acompanhado de ganhos na qualidade de vida. Aliás, estas questões pontuais continuam sendo ignoradas ainda em muitas cidades.

Combate às enchentes, instalação de sistema de água e esgoto, urbanização de bairros são pautas que dizem muito sobre a cidadania. Até mesmo a manutenção do asfalto, não deve atingir apenas os bairros com população com maior poder aquisitivo. Cuidado com a segurança pública e ampliação do sistema de saúde, então, são necessidades para serem resolvidas ontem!

Nesse mundo de mudanças climáticas é de se exigir de uma administração municipal ações que evitem ou reduzam os danos, que evitem desastres, que se preocupe com a população de baixa renda – a mais frágil diante de crises econômicas e ambientais.  

Tenho certeza de que cada munícipe ainda tem algo a pontuar sobre o que deseja para a cidade que habita. A construção dessa cultura do individualismo tornou-se um empecilho para que políticas públicas que atendam o coletivo sejam cumpridas de maneira eficiente e duradoura. E quando falamos da vida na cidade, é sobre pensar no coletivo, naquilo que é benéfico para meu vizinho e para as outras regiões da cidade.

Assim, neste ano eleitoral, devemos nos lembrar que somos os jurados daqueles que administraram a cidade. É a gestão deste momento e as gestões anteriores – em um exercício para não ter memória curta – que devem passar pela nossa dura avaliação. São os candidatos que lançarão suas campanhas à prefeitura municipal que devem “pisar em ovos” sobre o cidadão que vai pagar pelo seu trabalho.

Uma cidade que se desenvolve a favor de todos é aquela cuja administração passa pela participação popular. Não é votar em alguém e pensar que, passivamente, as coisas acontecerão. Todavia, aquele que se coloca como candidato e depois, como o eleito, assume uma responsabilidade da qual deve dar satisfação!

Política é para todos, e prefeito e vereadores devem se colocar à satisfação pública sobre seus mandatos, devem aceitar críticas com aprovação e desaprovação e que isso seja exemplo para outros candidatos, pois, o que desejamos como cidadãos, são resultados mais que discursos!  Fica o recado!

Gustavo Montoia é geógrafo e doutor em Planejamento Urbano e Regional pela UNIVAP. É docente dos colégios UNIVAP e da EE Francisco Feliciano F. da Silva (Verdinho) e pesquisador/colaborador do Laboratório de Estudos das Cidades da Universidade do Vale do Paraíba

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