A maestria de roteiro e direção está em cada cena. Os irmãos assaltantes têm modos diversos de encarar a vida e o mundo. Enquanto um explode no desejo de correr perigos, o outro possui um desencanto quase tocante e mescla-o a uma determinação ferrenha. O quase aposentado chefe policial testa seu agudo senso de observação para além de sua iminente retirada de cena. Há cenas e falas de um humor negro bem colocado e outras de quase poesia. As figuras femininas estão envolvidas em um mundo majoritariamente masculino.

Um western moderno de qualidade, um faroeste que se passa em 20I6. “A qualquer custo” é a prova disso, um filme com cheiro e sabor de faroeste, com ação, duelos, armas, chapéus e o Texas, mas também com sentimento. O roteiro do filme trabalha com dois núcleos, contando a história de Toby (Chris Pine) e Tanner (Ben Foster), dois bandidos que fazem assaltos a caixas de bancos e seus carrascos, o filme trabalha nessa busca de gato e rato dos dois núcleos. A película tenta passar uma moral sobre não existir vilões ou mocinhos, no faroeste, esse conceito não existe, existe apenas quem saca a arma primeiro, o filme é ótimo em fazer isso, mesmo se passando nos tempos atuais, também temos pinceladas sobre enxergar todos os pontos de vista e uma crítica ao abandono das cidades do interior que ainda estão afundadas na crise econômica de 2008. A fotografia é ótima, lotado de planos aéreos, com uma paleta de cores que puxa para o vermelho, o clima é quente, a fotografia é urbana e ao mesmo tempo dá uma completa sensação de solidão, com uma trilha sonora espetacular, lotada de country, você quer fazer as malas e se mudar para o Texas.