Rogério Nakata Com o início da reabertura econômica todo cuidado ainda é pouco com relação a covid pois, apesar de uma parte do comércio, empresas e mesmo locais de grande circulação, como os shoppings, voltarem a abrir, com suas devidas restrições, não significa que é um salvo conduto para que nos descuidemos do distanciamento entre as pessoas, assim como está ocorrendo em países que estão retornando aos poucos a este Novo Normal, só que com uma grande diferença em relação ao Brasil, que é a de tomarem a decisão de fazerem isso após uma drástica redução na curva de contágio. A utilização de máscaras em todos os locais públicos, inclusive praças públicas, respeita não somente a sua saúde mas também a
Opinião
Negacionistas, uma hipótese
Professor Gustavo Montoia Há alguns anos estamos conhecendo negacionistas da ciência e da democracia. Terraplanistas, anti-vacinas, conspiracionistas que se baseiam em suposições sem nenhum método científico. São as mesmas pessoas que compartilham notícias sem verificar, que sempre pensam que existe “algo por trás”, que a desconfiança beira à irracionalidade. De alguma maneira, estas pessoas se sentem à margem da sociedade. Pessoas mais conservadoras que se sentem ofendidas por uma pauta progressista, pessoas que, apesar de ter até algum grau de escolaridade, se sentem à parte do pensamento científico, pessoas que não sabem lidar com as redes sociais – e, assim, separar o joio do trigo. Algumas dessas pessoas possuem uma formação social na ditadura militar. Neste período, elas passaram sua adolescência ou juventude
Luto e perdas na pandemia: o que estamos vivendo?
Elaine Ribeiro Temos presenciado uma batalha dolorosa em todo o mundo com o novo coronavírus (COVID-19): milhares de pessoas internadas, muitas em UTIs e outras distantes de suas famílias, impedidas de visitar seus parentes. Equipes de saúde em intenso trabalho pela vida, dia e noite, incessantemente, também lidando com perdas. Um estado de medo, vigilância e receios frente ao que fazer. Empregos sendo perdidos diariamente e muitas famílias em desespero diante da crise econômica. Vivemos um tempo de perdas: perdas de vidas, da liberdade, das condições que tínhamos, da saúde emocional. Os números crescem diariamente em todo o mundo, numa realidade em comum: o luto e o sofrimento emocional vivenciado por todas essas pessoas e que, infelizmente, se tornam cada vez
Desafios no ensino remoto
Aline Tayna de Carvalho É evidente que os transtornos que a pandemia do novo coronavírus tem acarretado na vida diária de toda a população – o isolamento, as dúvidas, o medo, a questão financeira e muitas incertezas quanto ao futuro –, têm preocupado as famílias. A continuidade do cronograma escolar, por exemplo, tem se destacado, não só por evidenciar as diferenças entre o sistema público e privado, mas pela dificuldade que muitas instituições têm encontrado para dar o suporte pedagógico necessário através do sistema remoto. Isso se explica porque tornou-se predominante um mecanismo que até então nunca tinha sido necessário para as escolas de nível básico, e com isso, tem exigido de tantas famílias um processo de adaptação e superação em diversas situações,
A desigualdade social em voga perante o cenário atual do Brasil
Miriele Amorim Não há como desvencilhar nossas vidas, nossas falas, de tudo o que ocorre atualmente no Brasil e no mundo. A pandemia do novo corona vírus trouxe à superfície da nossa realidade muitos aspectos, os quais não queríamos ver, muito menos acreditar que eles de fato existem. Creio que o que mais tem sido evidenciado neste momento é a desigualdade social. A obra O poço, disponibilizada pela Netflix, retrata metaforicamente o mecanismo do sistema capitalista. No longa, há uma prisão vertical em que os encarcerados vivem diariamente do ócio, aguardando apenas o horário em que uma enorme plataforma alimentícia chega a seu nível - lugar onde eles se encontram privados da liberdade – e fica imóvel durante o período de
O direito de ser pedra e o direito de ser vidraça em tempos de pandemia
Fabricio Posocco O pior nessa história toda, desse período de pandemia da Covid-19, tem sido a guerra violenta de versões apresentadas sobre o problema. Argumentos tão profundos quanto a preferência de um determinado time de futebol para sua torcida são aplicados à saúde, à politica e à economia. O clima nas redes sociais, na rede mundial de computadores e na mídia parece uma verdadeira batalha campal. As discussões têm despertado um grande número de “especialistas generalistas”, narcisistas apaixonados por seus discursos. A você cabe escolher, unicamente, de que lado está: é FLA ou é FLU, é Direita ou é Esquerda, é Bolsonaro ou é Doria, é situação ou é oposição… Ninguém se dá conta de que pessoas estão morrendo enquanto os
A importância do Covid-19 ser considerado doença ocupacional para profissionais da saúde
Mateus Freitas* O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que os casos de contaminação de trabalhadores por coronavírus (Covid-19) podem ser enquadrados como doença ocupacional. A decisão ocorreu na análise da medida provisória (MP 927/2020) que autoriza empregadores a utilizar medidas excepcionais para tentar manter o vínculo trabalhista de seus funcionários durante a pandemia do novo coronavírus. Ao reconhecer o Covid-19 como doença ocupacional, permite que trabalhadores de setores essenciais que forem contaminados possam ter acesso a benefícios como auxílio-doença, protegidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Isso é considerado uma vitória para os profissionais da saúde, pois são os principais expostos na linha de frente do combate à doença. Acredita-se que ao menos 90 mil profissionais de saúde de todo o
Crise na saúde + econômica + política preocupa
Rogério Nakata Se não bastasse a crise na saúde provocada pelo corona vírus tivemos e ainda enfrentamos grandes desafios também na área política. Após a saída, em um mesmo mês, de dois ministros o receio de que os problemas se seguirão além da pandemia são cada vez mais evidentes e com o acirramento das tensões entre o governo federal, governadores e prefeitos o clima de instabilidade de um país que já vinha com uma taxa de desemprego, pré Covid-19, de mais de 12 milhões de desempregados causam ainda mais preocupação além daquelas já provocadas pela própria doença que se alastra com um ritmo cada vez mais acelerado. É difícil ter o tamanho da dimensão de como isso nos afeta em nosso
A serviço do MAL, inútil para o BEM – Mal resultado das escolhas humanas
Professor Gustavo Montoia Apesar de falhas, o Sistema Único de Saúde em nosso país já salvou muitas pessoas e erradicou muitas doenças. A diminuição da mortalidade infantil é um exemplo. A federalização da saúde foi eficiente. Esta era a minha esperança com a COVID-19 no Brasil. Mesmo em batalhas difíceis no combate à esta pandemia, este sistema, em seus quase 30 anos, seria de grande valia. Mas, ultrapassamos a marca de 12 mil mortos. De quem é a culpa? Uma parte desta resposta, gostaria de ilustrar com uma história: Adolf Eichmann foi um homem, na Alemanha nazista, que ajudou a organizar o holocausto. Aquela matança de judeus, negros, homossexuais, Testemunhas de Jeová e todos aqueles que se opunham ao nazismo, eram mortos
Solidariedade tem regido negociações para redução do valor dos aluguéis
Gustavo Vianna, gerente comercial da Cipa Diante da crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus, que afetou o emprego e a renda de muitas pessoas, a solidariedade tem sido um importante aliado na hora de negociar a redução momentânea do valor dos aluguéis. Muitos proprietários estão aceitando não apenas o corte muitas vezes em até 50% no valor das mensalidades, como consideram o não ressarcimento sobre o desconto quando a epidemia passar. Fomos surpreendidos com essa postura de muitos proprietários, o que mostra o alto grau de solidariedade das pessoas num momento difícil para todos. O normal seria, depois desse momento, dividirmos o valor descontado em 10 vezes para que o inquilino ficasse em dia. Vianna também ressalta que todos as negociações, até o momento, foram realizadas